Após 15 semanas consecutivas de revisões para cima na projeção da inflação, o Boletim Focus desta semana mantém um tom de alerta. A inflação, o câmbio e os juros altos continuam preocupando o mercado, enquanto uma leve melhora na relação dívida/PIB pode trazer um fio de esperança.
Eu separei os 3 principais pontos desta edição do Boletim Focus para entendermos o que eles significam para a economia brasileira e também para os seus investimentos.
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Vamos lá!
Os 3 principais pontos de atenção no último Boletim Focus de janeiro de 2025
1. Selic em alta prolongada: qual é o impacto?
A política monetária restritiva continua sendo uma ferramenta essencial no combate à inflação. As estimativas indicam que a taxa Selic deve se manter elevada pelos próximos anos, alcançando 12,5% em 2026 e 10,38% em 2027.
Esse movimento reflete a dificuldade do Banco Central em trazer a inflação para o centro da meta diante de um cenário de possível descontrole inflacionário.
Mas qual é o custo disso? Taxas de juros altas tendem a encarecer o crédito e reduzir investimentos, impactando negativamente o crescimento econômico. Essa estratégia é necessária para combater a escalada dos preços, mas pode gerar desafios significativos no médio prazo para setores como consumo e construção civil, que dependem fortemente de crédito acessível.
A saída, mais uma vez, é fiscal. Política Fiscal e Política Monetária precisam estar bem alinhadas. Caso contrário, o Banco Central apenas estará enxugando gelo e prejudicando a economia.
2. Inflação e câmbio: uma combinação preocupante
A inflação projetada para 2025 subiu para 5,50%, superando o teto da meta mais uma vez. A desvalorização do real, com o dólar estabilizado em torno de R$ 6,00, agrava ainda mais esse cenário. Um real mais fraco torna os produtos importados mais caros, o que resulta em importação de inflação.
Esse movimento não ocorre isoladamente. O câmbio desvalorizado reflete riscos fiscais elevados, incluindo déficits primários consecutivos e uma relação dívida/PIB em níveis preocupantes. Esses fatores contribuem para alimentar as expectativas inflacionárias, tornando o trabalho do Banco Central ainda mais desafiador.
3. Um alívio fiscal no horizonte?
Entre tantos dados desafiadores, o Boletim Focus trouxe um pequeno “respiro”: a projeção para a relação dívida/PIB em 2025 foi revisada para baixo, passando de 67% para 66,4%. Embora essa melhora seja modesta, ela demonstra que o mercado pode enxergar alguma possibilidade de ajuste fiscal no médio prazo. Por enquanto, só vimos promessas, por outro lado.
Para que essa tendência se consolide, será essencial que o governo implemente políticas fiscais mais responsáveis. A geração de superávits primários e a redução da emissão de dívida são passos indispensáveis para restaurar a confiança do mercado. No entanto, o cenário permanece volátil, e os investidores devem continuar monitorando as ações do Governo com atenção.
O que isso significa para seus investimentos?
O cenário descrito pelo Boletim Focus evidencia a complexidade de investir no Brasil nos próximos anos. Juros elevados, câmbio desvalorizado e inflação persistente são fatores que exigem uma estratégia de diversificação e proteção patrimonial muito bem feita. Quem souber aproveitar o momento e tiver paciência, poderá sorrir muito daqui a alguns poucos anos.
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Além disso, aproveite para conferir o artigo que publiquei aqui sobre como alguns jornalistas são capazes de te manipular usando estatísticas.
Até a próxima!
