O Banco Central (BC) reafirmou nesta quarta-feira (29) que deve aumentar a Selic para 14,25% ao ano na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em março. A decisão, segundo a autarquia, se justifica pelo “cenário adverso” da inflação e pode ser mantida caso a situação não melhore.
O Copom também destacou que a percepção negativa do mercado sobre a política fiscal e a sustentabilidade da dívida pública está pressionando os preços dos ativos e as expectativas econômicas.
Pela primeira vez, os indicados por Lula formam a maioria no Copom. Dos nove integrantes, apenas dois foram nomeados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Isso pode influenciar futuras decisões da política monetária.
O aumento de um ponto percentual já era esperado pelos agentes financeiros, que acompanham com preocupação o impacto do cenário internacional e do mercado de trabalho brasileiro sobre a inflação.
A Selic, que serve como referência para empréstimos, financiamentos e investimentos, continuará sendo usada para tentar conter a alta dos preços. O BC mantém o discurso de que a política monetária seguirá firme até que a inflação atinja a meta.
Com a autonomia do Banco Central, sancionada em 2021, os diretores da autarquia têm mandatos fixos e intercalados. Em 2024, três diretores deixaram seus cargos, incluindo o ex-presidente Roberto Campos Neto, dando lugar a novos indicados pelo governo atual.