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A reforma ministerial pode ser um mau negócio para o governo

Por Leonardo Barreto

Discursos reforçando a independência do Congresso diante do governo por parte dos presidentes Hugo Motta e Davi Alcolumbre, recusas de presidentes de partidos aliados de antecipar compromisso com Lula para a reeleição de 2026 e declarações públicas de aliados criticando a condução econômica do país (Gilberto Kassab e Paulinho da Força) devem colocar em xeque uma reforma ministerial mais ampla.

Uma análise de custo-benefício neste momento diz o seguinte: se não for para ganhar mais apoio político, do que vale trocar ministros, arcando com o desgaste da substituição, que inclui desagradar o grupo político que está saindo e arriscar uma descontinuidade da gestão exatamente quando o governo precisa mostrar entregas?

Exemplo: uma das trocas cogitadas é a do ministro Wellington Dias, titular do ministério do Desenvolvimento Social (MDS), pelo deputado Antônio Brito (PSD/BA).

O MDS controla o orçamento do Bolsa Família e tem sob sua gestão o CADúnico, que tem o CPF e endereço de 90 milhões de brasileiros. Qual o sentido abrir mão desse ativo político e colocá-lo na mão do PSD sem qualquer garantia de apoio extra?

Além disso, o governo não tem nenhuma agenda estruturante que exija uma mobilização descomunal de atores no Congresso.

É claro que cada caso é um caso. Mas o cômputo geral sugere que faz mais sentido apostar na permanência do que na troca de ministros, especialmente em pastas estratégicas para o governo.

Leonardo Barreto é doutor em Ciência Política (UnB) e sócio da consultoria Think Policy.

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