O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a “prévia da inflação oficial” do país, registrou alta de 1,23% em fevereiro, de acordo com dados divulgados na manhã desta terça-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado divulgado hoje representa a maior variação para o mês desde 2016 e a maior alta mensal desde abril de 2022.
O avanço da inflação em fevereiro superou significativamente o índice de janeiro, que foi de 0,11%. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 soma 4,96%, acima dos 4,50% registrados nos 12 meses anteriores, mantendo-se acima da meta de inflação do Banco Central do Brasil (BC), de 3%, com tolerância entre 1,5% e 4,5%.
A alta foi impulsionada, principalmente, pelos grupos de Habitação e Educação. O grupo de Habitação subiu 4,34%, exercendo impacto de 0,63 ponto percentual no índice geral. O destaque ficou com a energia elétrica residencial, que disparou 16,33%, revertendo a queda de 15,46% observada em janeiro devido à incorporação do bônus de Itaipu nas tarifas. As taxas de água e esgoto também tiveram reajuste, com alta de 0,52%.
No grupo de Educação, a inflação foi de 4,78%, puxada pelos reajustes nas mensalidades dos cursos regulares. Os aumentos mais expressivos ocorreram no ensino fundamental (7,50%), ensino médio (7,26%) e ensino superior (4,08%).
Outros setores também influenciaram o resultado. O grupo de Alimentação e Bebidas subiu 0,61%, contribuindo com 0,14 ponto percentual para o índice geral. Apesar do avanço, houve desaceleração na alimentação no domicílio, que cresceu 0,63% contra 1,10% em janeiro. Os produtos que mais encareceram foram cenoura (17,62%) e café moído (11,63%), enquanto a batata inglesa (-8,17%), o arroz (-1,49%) e as frutas (-1,18%) registraram queda nos preços.
A alimentação fora do domicílio subiu 0,56%, com altas nos preços de lanches (0,77%) e refeições (0,43%). O setor de Transportes também apresentou alta de 0,44%, enquanto Vestuário (-0,08%) e Comunicação (-0,06%) tiveram ligeiras quedas.
Apesar da forte aceleração, o resultado ficou levemente abaixo das projeções do mercado financeiro, que estimavam uma alta de 1,34% para o mês.
A coleta dos dados, realizada entre 15 de janeiro e 12 de fevereiro, abrangeu as principais regiões metropolitanas do país.