O Japão exportou US$ 9,7 bilhões em produtos agrícolas, florestais e pesqueiros em 2024, um crescimento de 3,7% em relação ao ano anterior. O aumento ocorreu apesar do veto da China, que suspendeu a compra de frutos do mar japoneses após o despejo de água tratada da usina nuclear de Fukushima.
Com a queda de 29,1% nas exportações para o mercado chinês, os Estados Unidos assumiram a liderança como principal comprador, elevando suas aquisições em 17,8% e somando US$ 1,57 bilhão. Essa é a primeira vez em 20 anos que os EUA ultrapassam a China nesse setor.
Outros países asiáticos compensaram parte da perda do mercado chinês. Vietnã e Tailândia ampliaram suas compras em mais de 23%, enquanto Taiwan, Coreia do Sul e Europa registraram crescimento entre 11% e 20%, impulsionados por produtos como temperos e chá verde.
Um dos itens mais afetados pelo embargo, as vieiras, encontrou novos compradores nos EUA, Taiwan e Vietnã. O governo japonês afirma que seguirá negociando a retomada das exportações para a China, ao mesmo tempo em que expande suas vendas para outros mercados.
A disputa comercial teve início em agosto de 2023, quando a Tokyo Electric Power (Tepco) começou a liberar a água tratada da usina nuclear de Fukushima no Oceano Pacífico. Apesar do aval da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que classificou o procedimento como seguro, Pequim mantém suas restrições, alegando preocupações com a segurança alimentar.