O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), ampliou os poderes do diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa, para aplicar punições a servidores, em meio a uma onda de Procedimentos Administrativos Disciplinares (PADs) na agência.
Uma portaria publicada no último dia 8 autoriza Corrêa a suspender servidores por até 90 dias após a conclusão de um PAD, medida que antes exigia aval ministerial para períodos superiores a 30 dias. Outra portaria interna também aumentou os poderes do corregedor da Abin, permitindo suspensões de até 30 dias.
Servidores da Abin manifestaram preocupação de que as novas regras possam ser usadas para afastar críticos ou desafetos do governo Lula.
Desde que o delegado José Fernando Chuy assumiu a corregedoria da Abin, cinco PADs foram instaurados para investigar supostas irregularidades, incluindo o uso político da agência durante a gestão Bolsonaro. Em 2023, a Controladoria-Geral da União assumiu processos internos da Abin, após suspeitas de interferência da direção.
A centralização de poder e o avanço das investigações refletem um cenário de desconfiança e possível uso político da Abin, reforçando a crítica de que o governo Lula prioriza controle interno em detrimento da transparência e da confiança institucional.