Paulo Gonet, o PGR, manifestou-se contra a ida de Jair Bolsonaro aos EUA para a posse de Donald Trump. No parecer, ele diz que o pedido da defesa do ex-presidente “esbarra na falta de demonstração pelo requerente de que o interesse público que determinou a proibição da sua saída do país deva ceder, no caso, ao interesse privado do requerente de assistir, presencialmente, à posse do Presidente da República do país norte-americano”.
“O requerente não apresentou fundamento de especial relevo que supere o elevado valor de interesse público que motiva a medida cautelar em vigor. A viagem desejada pretende satisfazer interesse privado do requerente, que não se entremostra imprescindível. Não há, na exposição do pedido, evidência de que a jornada ao exterior acudiria a algum interesse vital do requerente, capaz de sobrelevar o interesse público que se opõe à saída do requerente do país”, pontuou Gonet.
No pedido de viagem, a defesa de Bolsonaro alegou que o evento é de “singular importância histórica e diplomática”. Em postagem na rede social X, disse que estava “muito honrado” em receber o convite e alegou ter pedido a liberação de seu passaporte ao Supremo – solicitação que já foi negada outras vezes pela Corte. O ex-presidente destacou que a posse de Trump é um “importante evento histórico”.
Pelo visto, o argumento não convenceu Gonet, como esperado. Alexandre de Moraes deve corroborar a decisão e manter o passaporte apreendido. A proibição, claro, apenas confirmará o estado de coisas inconstitucional que vivemos no Brasil e a perseguição do Judiciário ao ex-presidente.