Em entrevista exclusiva ao talkshow Alive, apresentado por Claudio Dantas, o criminalista Celso Vilardi, responsável pela defesa de Jair Bolsonaro, foi enfático ao criticar o que chamou de abordagem “enviesada” da Polícia Federal em investigações envolvendo o ex-presidente. Conhecido por sua atuação em casos de grande repercussão, Vilardi defendeu que não há elementos concretos que justifiquem a condenação ou prisão de Bolsonaro, classificando algumas acusações como “exageradas” e “injustas”.
“O trabalho da Polícia Federal foi absolutamente enviesado contra o presidente. Basta que se veja a forma como as perguntas foram feitas, que são formas absolutamente inusitadas. Perguntas dando uma opção binária, sim ou não, sem permitir apreciação. Isso é algo que não deveria ter acontecido.” Para ele, a condução do inquérito sugere um foco desproporcional no ex-presidente. “De olho no ex-presidente Bolsonaro, e acho que isso, na verdade, é algo que não deveria ter acontecido”, disse.
Vilardi disse esperar que a PGR não denuncie o ex-presidente.
Questionado sobre a possibilidade de Bolsonaro ser condenado, Vilardi foi taxativo: “Eu não vejo nenhum elemento concreto para propiciar uma condenação do presidente da República. Aliás, não vejo nem elementos para justificar um processo, depois de ter estudado o que eu estudei.” Ainda assim, reconheceu que, genericamente, todo processado corre risco de condenação, mas minimizou as chances de prisão no caso de Bolsonaro. “Não vejo elementos concretos para justificar uma condenação, e, portanto, descartaria a prisão.”
Vilardi também comentou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que tornou Bolsonaro inelegível por oito anos por abuso de poder em reunião com embaixadores: “Me parece um nítido exagero impedir um presidente da República de concorrer com base numa reunião daquelas. Não estamos tratando de um ato de improbidade, de desvio de dinheiro público ou apropriação de recursos da população, que infelizmente são comuns no Brasil. Me parece injusto.” Embora tenha evitado se aprofundar sobre o julgamento do TSE por não ter analisado os autos, Vilardi expressou seu desacordo com a decisão.
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