O deputado federal Evair Vieira de Melo (PP-ES) protocolou, na última sexta-feira (6), um pedido ao Tribunal de Contas da União (TCU) para apurar a gestão dos Correios. Segundo ele, há “indícios alarmantes” de má administração e possíveis atos ilícitos na atual administração da estatal.
“Os Correios enfrentam a pior crise financeira da sua história, com sérias dúvidas sobre a integridade de suas decisões”, afirmou o parlamentar, vice-líder da oposição na Câmara.
Déficit histórico e medidas de contenção
Até setembro, os Correios acumularam um déficit de R$ 2 bilhões, com projeção de ultrapassar o prejuízo recorde de R$ 2,1 bilhões registrado em 2015, no governo Dilma Rousseff.
Para conter a crise, a estatal adotou medidas como:
- Suspensão de contratações de terceirizados por 120 dias;
- Renegociação de contratos, com redução mínima de 10% nos valores;
- Revisão da previsão de receita para 2024, ajustada para R$ 20,1 bilhões, 1,5% acima de 2023.
A atual gestão, liderada por Fabiano Silva dos Santos, aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, atribui os problemas financeiros à administração anterior, de Jair Bolsonaro, apontando uma herança contábil problemática entre 2019 e 2022.
Dívidas e ações investigadas
Os Correios assumiram, em 2024, uma dívida de R$ 7,6 bilhões com o Postalis, fundo de pensão dos funcionários, para cobrir parte do déficit previdenciário. Além disso, o TCU investiga a desistência da estatal em recorrer de ações trabalhistas, que somam cerca de R$ 1 bilhão.
Apesar das dificuldades, a empresa lançou um concurso público para contratar 3.511 novos funcionários, com salários entre R$ 2.429 e R$ 6.872. Até o momento, contratos não foram rompidos e as provas do concurso seguem confirmadas.
A oposição cobra maior transparência e responsabilização sobre os resultados financeiros da estatal, colocando os Correios no centro de mais um debate sobre gestão pública.