Gustavo Silva, observador internacional venezuelano, foi responsável por organizar o esforço da oposição para coletar e analisar cerca de 25 mil atas eleitorais durante as eleições presidenciais de julho. Ele trouxe esses documentos nesta segunda-feira 25, a Brasília, com a intenção de apresentá-los a autoridades brasileiras, como membros do Congresso e do Ministério das Relações Exteriores. Segundo Gustavo, as atas reunidas cobrem 85% das mesas de votação e indicam que o opositor Edmundo González Urrutia teria vencido a eleição com 67% dos votos, contrastando com a declaração da autoridade eleitoral venezuelana, que declarou Nicolás Maduro vencedor sem apresentar as atas.
O governo de Maduro se recusa a apresentar as atas eleitorais, alegando que isso será feito no momento oportuno, embora a oposição questione a veracidade dos resultados. Gustavo Silva destaca a discrepância entre os números oficiais e os dados coletados pela oposição, alegando que, mesmo que os 15% de atas ausentes favorecessem 100% de votos para Maduro, ainda assim Urrutia teria uma vantagem considerável de 700 mil votos. A situação, segundo ele, demonstra a falta de transparência e a manipulação eleitoral por parte do regime, que, segundo o Venezuelano, tem perseguido a oposição com um aumento alarmante no número de presos políticos.
Forçado a deixar a Venezuela devido à repressão, Gustavo acredita que a situação política do país não pode ser reduzida a um embate ideológico entre direita e esquerda, mas deve ser encarada como uma questão de direitos humanos. Ele elogia o novo apoio do Brasil à oposição venezuelana, destacando que a solidariedade brasileira, especialmente com a proteção de opositores políticos no Brasil e na embaixada argentina em Caracas, é essencial. As atas apresentadas por Gustavo são, para ele, uma evidência irrefutável de que a eleição de Maduro foi fraudulentamente declarada, e ele espera que o governo brasileiro revele a verdade sobre o processo eleitoral venezuelano.
Com informações Estadão