O plenário virtual do Supremo avalizou a decisão monocrática de Flávio Dino que suspendeu a execução das emendas impositivas — agora a luta é em nome da transparência! Com apoio da maioria dos colegas togados, o ‘ministro mais político do STF’ devolve ao Executivo de Lula o poder orçamentário e de barganha. Nos últimos anos, o ‘alto clero’ do Legislativo concentrou-se em abocanhar cada vez mais recursos e usá-los sem critério ou pudor, enquanto abdicava de prerrogativas fundamentais em vários temas sensíveis, perdendo espaço de poder. Agora, perdeu também o dinheiro.
Não sobrou nada… mas piora.
Em parceria com CGU, PF e PGR, Dino avançará nos próximos meses com inquéritos sobre toda a cúpula parlamentar do Centrão, começando por Arthur Lira e seus aliados na Câmara. No Senado, Davi Alcolumbre terá atenção especial. O objetivo não será prendê-los, mas neutralizá-los, limpando o caminho para que o petista eleja os próximos presidentes das Casas legislativas em fevereiro de 2025. O Parlamento deveria ser a última trincheira institucional contra o projeto de poder hegemônico do PT, mas seu comando não teve estatura moral para enxergar isso.
Sem poder político ou econômico, não demorará para os lobistas das grandes corporações, que parasitam o Estado brasileiro há décadas, trocarem os gabinetes parlamentares pelos de ministros e o do próprio presidente da República. Com isso, as novíssimas e graves denúncias da Folha contra Alexandre de Moraes tendem a perder tração e cair no esquecimento. Seguindo essa dinâmica, inquéritos políticos devem permanecer abertos e se somarão às regulações que querem estrangular a livre circulação de ideias nas redes… e nas ruas. A massa popular será comprada com isenção de IR até 5 mil reais e um Bolsa Família de 800. Zé Dirceu foi modesto ao falar em 12 anos no poder. Será o dobro disso, no mínimo.