O Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) declarou nesta segunda-feira (9) a inelegibilidade do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) por oito anos, acusando-o de abuso de poder político nas eleições municipais. A decisão, proferida pela juíza Maria Umbelina Zorzetti, aponta que Caiado usou o Palácio das Esmeraldas, sede do governo estadual, para promover eventos em apoio ao candidato Sandro Mabel (União Brasil), eleito prefeito de Goiânia.
A sentença também determina a cassação de Sandro Mabel e sua vice, Coronel Cláudia (Avante), por terem se beneficiado da conduta. Os eventos ocorreram entre 7 e 9 de outubro, logo após o primeiro turno, e incluíram jantares com lideranças políticas, divulgados nas redes sociais e na imprensa.
A juíza destacou que o Palácio das Esmeraldas é um bem público, utilizado indevidamente para fins eleitorais. Testemunhas confirmaram o uso de recursos públicos, como alimentos, bebidas e serviços de funcionários do governo, durante os eventos. Segundo a magistrada, essas ações desequilibraram a disputa eleitoral e violaram a legislação.
Defesa de Caiado
Caiado afirmou que os encontros foram reuniões institucionais para parabenizar candidatos e fortalecer o diálogo entre Executivo e Legislativo, negando irregularidades. Mabel alegou que os jantares eram reuniões políticas de sua base aliada, sem relação com o segundo turno.
Fred Rodrigues (PL), adversário derrotado por Mabel, acionou a Justiça alegando abuso de poder político. O advogado de Fred, Victor Hugo dos Santos Pereira, elogiou a decisão, classificando-a como “robusta e detalhada”.
Caiado e Mabel ainda podem recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Se o TSE confirmar a decisão, a condenação será efetiva após o trânsito em julgado.
No segundo turno em Goiânia, Mabel venceu Fred Rodrigues com 55,5% dos votos, marcando o afastamento político entre Caiado e o ex-presidente Jair Bolsonaro, que apoiou o candidato derrotado.