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Entenda caso do soldado israelense investigado pela PF

A Embaixada de Israel no Brasil acusou a Fundação Hind Rajab (HRF) de explorar a Justiça brasileira para criar uma narrativa anti-Israel após a denúncia contra um soldado israelense. O militar deixou o país no domingo (5), após autorização da juíza Raquel Soares Charelli, do Distrito Federal, para que a Polícia Federal o investigasse por supostos crimes de guerra na Faixa de Gaza.

Yuval Vagdani, soldado das Forças de Defesa de Israel (FDI), chegou ao Brasil em dezembro de 2024 para passar férias com amigos em Morro de São Paulo, na Bahia. A HRF apresentou uma queixa contra Vagdani, acusando-o de participar da demolição de um quarteirão residencial na região do corredor Netzarim, em Gaza, durante operações militares em novembro de 2023. O local abrigava palestinos deslocados pelo conflito.

A organização sustentou a acusação com provas obtidas por meio de Open Source Intelligence (OSINT), utilizando dados públicos e fontes abertas. Imagens e postagens nas redes sociais do próprio Vagdani mostrariam o soldado celebrando as ações israelenses em Gaza.

A HRF também pediu a prisão preventiva do soldado, alegando risco de fuga e possível destruição de provas. No entanto, a justiça brasileira autorizou apenas a investigação. A decisão foi baseada no fato de que o Brasil é signatário do Estatuto de Roma, que criou o Tribunal Penal Internacional (TPI) e obriga a investigação de crimes de guerra.

Antes que as diligências da PF fossem iniciadas, Vagdani deixou o Brasil. Segundo a emissora israelense Kan, o pai do militar recebeu um alerta da representação diplomática de Israel e o aconselhou a sair do país imediatamente. O soldado partiu na madrugada de domingo (5), sem ser preso.

A embaixada de Israel reagiu duramente ao caso, afirmando que “os verdadeiros perpetradores de crimes de guerra são as organizações terroristas”, referindo-se ao Hamas. Em nota, o governo israelense declarou que as operações na Faixa de Gaza estão em conformidade com o direito internacional e visam a autodefesa após os ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023.

O caso também gerou tensões políticas. O parlamentar israelense Dan Illouz acusou o Brasil de ser um “Estado patrocinador de terroristas” e ameaçou represálias diplomáticas. “Israel não ficará de braços cruzados diante da perseguição de seus soldados. Se o Brasil não corrigir seus hábitos, pagará um preço”, escreveu Illouz em uma rede social.

Após o caso, o parlamentar israelense Dan Illouz declarou que “o Brasil se tornou um Estado patrocinador de terroristas” por investigar o soldado.

“Em vez de perseguir terroristas, ela persegue um soldado das FDI – um judeu que sobreviveu a uma cozinha brutal e protege o seu povo. Uma pena que não será perdoada. Israel não ficará de braços cruzados diante da perseguição de seus soldados, e se o Brasil não corrigir seus hábitos, pagará um preço”, escreveu.

O governo de Israel convocou uma reunião emergencial no Comitê de Relações Exteriores e Defesa do Parlamento para discutir o caso. A embaixada israelense em Brasília continua acompanhando o desdobramento da investigação, mas reforçou que o soldado deixou o Brasil de forma segura.

A Justiça brasileira, por sua vez, indicou que a investigação seguirá mesmo com a ausência de Vagdani. O inquérito apura se houve violação ao Estatuto de Roma e se o militar cometeu crimes de guerra que possam ser julgados internacionalmente.

Através das redes sociais, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), criticou a ação do governo brasileiro em relação ao soldado.

O ex-presidente Jair Bolsonaro criticou a decisão brasileira, citando o apoio israelense na tragédia de Brumadinho: “Hoje, o Estado brasileiro investiga membros das Forças Armadas de Israel em férias no Brasil.”

 

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Redação

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