O advogado Celso Vilardi, conhecido por defender investigados em grandes operações da Polícia Federal, criticou a prisão preventiva do general Braga Netto em debate na CNN. Segundo ele, a medida é “indefensável” e baseada em elementos frágeis.
“Essa prisão preventiva, com todo respeito, é indefensável”, afirmou Vilardi. Ele reconheceu a gravidade das acusações, mas questionou os fundamentos da decisão, principalmente a palavra de um delator que, segundo ele, já mentiu em processos anteriores.
Vilardi criticou a acusação de que o general teria dado dinheiro em uma “caixa de vinho” e classifica como “temerário” basear a prisão apenas no relato do delator. “A gravidade sobe de patamar à medida que se acusa o general, mas com base na palavra de um delator. Qual vale?”, questionou.
O advogado também rejeitou o argumento de obstrução de justiça. Para ele, a suposta tentativa de Braga Netto de conhecer o conteúdo da delação não configura crime. “Saber se um delator falou alguma coisa ou não, isso não é obstrução de justiça”, declarou.
Vilardi apontou falhas em todo o processo que levou à prisão, desde a Polícia Federal até o ministro Alexandre de Moraes, do STF, passando pela Procuradoria-Geral da República. Ele argumentou que a medida exagerada prejudica a narrativa sobre a gravidade do caso: “Quando se decreta uma prisão incabível, acaba justificando a narrativa de que há um exagero no todo, e no todo não há exagero”.
“O fato é gravíssimo, indiscutível. Se o golpe tivesse se consumado, não estaríamos aqui falando. Não haveria Estado Democrático de Direito e nem Supremo”, concluiu.