A disparada nos preços dos alimentos colocou o governo Lula sob forte pressão, enquanto a inflação afeta diretamente o custo de vida da população. Em reunião nesta sexta-feira (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discutirá com os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Carlos Fávaro (Agricultura) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) possíveis soluções para reduzir os preços, mas até agora nenhuma medida concreta foi anunciada.
Dados do IBGE mostram que a inflação acumulada em 2024 alcançou 4,83%, puxada principalmente pelo grupo “Alimentação e Bebidas”. Fatores como mudanças climáticas, aumento nos custos de produção, energia e combustíveis contribuíram para o encarecimento dos alimentos.
Na tentativa de conter os preços, o governo enfrenta um histórico de ações que geraram críticas e recuos. No ano passado, uma intervenção no mercado de arroz foi suspensa após pressão de produtores e suspeitas de irregularidades. Mais recentemente, o governo descartou propostas do setor supermercadista que sugeriam mudanças no sistema de validade de alimentos para “melhor consumir antes de”. A oposição aproveitou a sugestão para criticar o governo, acusando-o de “querer permitir a venda de comida estragada”.
Outro episódio recente envolvendo o governo foi a polêmica sobre a fiscalização de transações via Pix. Após forte reação da oposição, Lula cancelou a normativa da Receita Federal e estabeleceu que nenhuma portaria será publicada sem o aval da Casa Civil.
A gestão petista segue marcada por recuos em decisões estratégicas e dificuldade de articulação diante de uma oposição que domina as redes sociais..