O jornal alemão Handelsblatt publicou uma reportagem questionando a integridade do STF e a atuação de seus ministros. O texto levanta a pergunta: “Quão corruptos são os juízes do Brasil?”. A publicação aponta que o Judiciário é enfraquecido por privilégios e nepotismo.
Segundo o Handelsblatt, a Justiça brasileira foi inspirada no modelo alemão, mas “se tornou uma casta cheia de privilégios”. A reportagem questiona a necessidade de um código de conduta, citando o ministro Alexandre de Moraes, que declarou ser “completamente desnecessário”, já que os magistrados seguem a Constituição.
Apesar de reconhecer o papel do STF como “garantidor da democracia” e sua atuação contra tentativas de Bolsonaro de questionar as eleições de 2022, o jornal critica o sistema. “Nepotismo e aproveitamento tornam o Judiciário vulnerável”, afirma.
O texto menciona o Fórum Jurídico de Lisboa, organizado pelo IDP, fundado pelo ministro Gilmar Mendes. O evento, apelidado de “Gilmarpalooza”, reuniu juízes, empresários e políticos, levantando suspeitas de conflitos de interesse. “Juízes e procuradores são convidados por aqueles que estão sendo processados ou julgados”, diz a matéria.
A reportagem também cita o ex-ministro Ricardo Lewandowski, contratado como consultor da J&F logo após deixar o STF. “A empresa foi condenada a uma das maiores penas da história, mas o Supremo anulou a sentença”, aponta o jornal.
O Handelsblatt destaca privilégios como auxílio-moradia, alimentação, transporte e férias de 60 dias, além de manobras para ultrapassar o teto salarial com benefícios isentos de impostos.
A Operação Lava Jato também foi mencionada. O jornal afirma que o STF apoiou inicialmente as investigações, mas anulou sentenças quando magistrados se tornaram alvos. “O Supremo bloqueou a operação, mesmo com provas e confissões”, conclui a publicação.