Fernando Haddad, o mais tucano dos petistas, também é o mais dissimulado deles. Diante do desastre social e econômico causado pelas bets, o ministro da Fazenda disse que “chegou a hora de colocar ordem nisso e proteger a família brasileira”. Chega a ser cômico o PT defendendo a família brasileira. Mais sincera foi Gleisi Hoffmann, que disse ter subestimado o dano das apostas online. “Abrimos a porta do inferno”, afirmou dias atrás. É fato público e notório que o governo petista impulsionou a aprovação dos jogos de azar de olho na arrecadação.
Em sua manifestação tardia sobre o tema, Haddad lulou, terceirizando para Michel Temer e Jair Bolsonaro a responsabilidade sobre o caos gerado. “As bets foram legalizadas no final do governo Temer e a lei previa que o Executivo teria dois anos para regulamentá-la, prorrogáveis por mais dois. Ou seja, a lei previa que durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro o assunto tinha que ser regulamentado. Mas Bolsonaro não fez isso.”
A postura vacilante apenas corrobora a impressão que se tem sobre seu discurso de responsabilidade fiscal, repetido em encontros com agentes financeiros, mas esquecido nas conversas de gabinete em Brasília. Haddad, que fez campanha com a máscara de Lula em 2018, parece incorporar outras características da personalidade de seu guru: a desonestidade intelectual e a covardia.
Uma resposta
Só faltou dizer que a responsabilidade sobre o atual cadastro do Bolsa Bet tbm é do Temer ou do Bolsonaro.