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Entenda o caso das gangues de estupro no Reino Unido

Milhares de meninas britânicas sofreram estupros com requintes de crueldade, com frequência coletivos, em dúzias de pequenas cidades ao longo de décadas no Reino Unido. Os perpetradores tinham o mesmo perfil: homens de ascendência paquistanesa e muçulmana.

O tema explodiu no primeiro dia de 2025 no Reino Unido porque Jess Phillips, a ministra da Proteção às Mulheres e Meninas do governo trabalhista, barrou uma investigação sobre o primeiro-ministro Keir Starmer, do mesmo partido, por suposta negligência com o caso quando ele era procurador-geral da Coroa em 2012. Na época, ele era encarregado de investigar um escândalo de aliciamento de crianças na cidade de Oldham, no noroeste da Inglaterra.

O empresário Elon Musk e a líder do Partido Conservador do Reino Unido, Kemi Badenoch, criticaram a blindagem de Starmer por Phillips.

“Quem era o procurador-geral da Coroa quando as gangues de estupro tiveram permissão para abusar de meninas sem responder na Justiça? Keir Starmer, 2008-2013. Quem é o chefe de Jess Phillips agora? Keir Starmer. O real motivo para ela se recusar a investigar as gangues de estupro é que isso, obviamente, levaria à culpa dele”, disparou Musk.

Em uma carta à Câmara Municipal de Oldham, Jess Phillips justificou-se, dizendo que entende o forte sentimento do município, mas que seria melhor que ele próprio cuidasse do caso localmente.

“Julgamentos aconteceram no país todo nos últimos anos”, disse Badenoch, que integrava o governo conservador anterior até meados de 2024, quando os trabalhistas venceram as eleições. “2025 tem que ser o ano em que as vítimas começarão a obter justiça”.

“Falar é fácil”, respondeu o político Nigel Farage, líder da principal terceira via britânica ainda em formação, o partido Reform UK. “Os conservadores [no sentido partidário] tiveram 14 anos no governo para lançar uma investigação. O establishment falhou com as vítimas das gangues de aliciamento em todos os níveis”.

A crise explode no mesmo contexto em que o Reino Unido conta apenas seis meses desde que eclodiram protestos violentos nas ruas após três meninas morrerem esfaqueadas nas mãos de um filho de imigrantes de Ruanda. Agitadores anti-imigração espalharam que o assassino seria muçulmano, mas seus pais são cristãos. As crenças religiosas do homicida ainda não estão claras, mas meses depois da prisão a polícia revelou que ele possuía um manual de treinamento da Al Qaeda.

O que já se sabia sobre as gangues de aliciamento de menores do Reino Unido

“A relutância não é nova”, disseram no sábado (4), em reportagem para o jornal The Telegraph, os jornalistas Sam Ashworth-Haynes e Charlie Peters — o último investigou as gangues em três cidades. “Autoridades fizeram vista grossa deliberadamente para o horrendo abuso de crianças na maior parte brancas por gangues de homens de origem predominantemente paquistanesa”, afirmaram.

Além de Oldham, são conhecidos casos em Rotherham, Telford, Rochdale e “dezenas de outros lugares”. Os jornalistas avisam que sua descrição de casos é uma leitura difícil. Repito o aviso aqui, e reproduzo a descrição. Pule os próximos parágrafos em itálico se não quiser saber de detalhes explícitos.

Em 2013, o juiz Peter Rook condenou um homem chamado Mohammed Karrar, cujos crimes aconteceram em Oxford, cidade maior que os municípios citados, onde fica a famosa universidade centenária.

Conforme relatou o juiz cara a cara com o réu, Karrar preparou sua vítima “para estupro anal coletivo usando um aparelho de bombeamento… Você a sujeitou ao estupro coletivo com cinco ou seis homens. A certa altura, ela tinha quatro homens dentro dela. Uma bola vermelha foi posta em sua boca para impedi-la de gritar”.

A idade de consentimento no Reino Unido é 16 anos. Na cidade de Bradford, “Anna”, uma menina de 14 anos que já havia denunciado estupro, abuso e coerção várias vezes, foi forçada a um casamento islâmico com seu estuprador, com anuência de agente do conselho tutelar, que compareceu à cerimônia. As autoridades entregaram a guarda de “Anna” para os pais do abusador.

Em Rochdale, a gangue de homens sul-asiáticos levava as meninas para um “lugar especial” onde eram postas para beber álcool. Elas eram passadas de um homem para outro para serem estupradas. Na porta do cativeiro das estupradas, os abusadores mantinham uma lista de seus nomes, e marcavam nela suas visitas para poderem pagar pelos estupros no fim do mês. A caderneta do inferno.

Um caso de Telford dá noção da antiguidade dos crimes. No ano 2000, Lucy Lowe, de 16 anos, foi morta junto com a mãe e a irmã em um incêndio criminoso iniciado por seu abusador, Azhar Ali Mahmood. Ela deu à luz a um filho de Mahmood aos 14 anos e estava grávida quando foi assassinada.

Quando este caso foi revisitado em um relatório publicado em 2022, foi revelado que os policiais da cidade descreveram a parte da cidade em que Lucy morava como uma “zona proibida” para eles próprios. Testemunhas denunciaram corrupção na polícia e favoritismo em relação à comunidade de origem paquistanesa.

Segundo Charlie Peters, relatos de gangues de homens estupradores de crianças que as aliciam nas ruas britânicas datam dos anos 1970. O tema ganhou proeminência pela primeira vez em 2003, quando uma deputada trabalhista, Ann Cryer, disse que “homens asiáticos” estavam perseguindo meninas pequenas em portões de escolas. Ela foi acusada de racismo dentro do próprio partido e teve que instalar um alarme em casa.

Outra tentativa de denúncia foi um documentário sobre agentes do serviço social em Bradford, do Channel 4, em 2004. O canal desistiu de veicular o documentário horas antes do agendamento na grade de programação.

Um jornalista que cobriu o caso de Cryer para o jornal The Times, Andrew Norfolk, admitiu que abandonou o caso por um tempo porque “a sugestão de que homens de uma origem étnica minoritária estavam cometendo crimes sexuais contra crianças brancas soava como a notícia dos sonhos da extrema direita” e “a ansiedade progressista [nele próprio] instintivamente fez soar o alarme”.

Mas em 2010, Norfolk tentou cobrir o caso das gangues de estupro pedofílico em Manchester. Na época, ele descobriu 17 casos em 13 cidades em que um grupo de homens havia se aproximado de uma menina nas ruas para aliciá-la. De 56 condenados, apenas três eram brancos, 95% eram de ascendência sul-asiática, 50 deles tinham nomes muçulmanos, na maior parte típicos do Paquistão. As autoridades se recusaram a colaborar com a investigação jornalística de Norfolk.

A ativista Jayne Senior, à frente da ONG Risky Business (algo como “Negócio arriscado”), colaborou com Norfolk com casos da cidade de Rotherham. Os casos remontavam a décadas. Quase todas as vítimas eram brancas, quase todos os estupradores eram de origem paquistanesa, apesar dos últimos serem apenas 5% da cidade. Ela calculou que, entre 1997 e 2013, 1.400 crianças foram abusadas, numa provável subestimativa.

Agora, as denúncias envolvem até 43 localidades diferentes na Inglaterra e na Escócia.

Medo de acusações de racismo acobertou estupradores racistas

O relatório investigativo de 2022 afirmou que “havia um nervosismo a respeito de raça… quase uma relutância a investigar crimes cometidos pelo que foi descrito como a comunidade ‘asiática’”. As autoridades tinham uma “ansiedade de parecerem racistas” e protegiam os abusadores e duvidavam das denúncias “simplesmente porque os perpetradores eram asiáticos”, como colocou o Telegraph.

Como conta o ativista muçulmano liberal Maajid Nawaz em sua autobiografia de 2012, Radical, o termo paki é um xingamento racista do Reino Unido comparável ao nigger dos racistas americanos contra os negros. Um racismo que ele conheceu crescendo no país. Nawaz, ele próprio de origem britânico-paquistanesa, responsabiliza principalmente os governos municipais do Partido Trabalhista pelo acobertamento dos casos “porque as pessoas têm medo de serem chamadas de racistas”. “O medo do racismo, ou o medo da assim chamada ‘islamofobia’ (um termo errado, o certo é ‘intolerância antimuçulmanos’) nunca deve ser uma desculpa para permitir que meninas menores de idade sejam estupradas e abusadas dessa forma”.

Um dos termos que mais aparecem para explicar o silêncio das autoridades, fora a corrupção de autoridades como vereadores e policiais sendo corporativistas com sua própria “comunidade”, é o “politicamente correto”. O termo tem raízes soviéticas e era o favorito do fim do século XX entre os críticos do que agora chamamos de woke ou identitarismo.

O identitarismo tem insistido há uma década, em todo o Ocidente, que não é possível ser racista contra brancos. Como conta Peters em sua cobertura do caso, há um agravante nos estupros: eles foram motivados por racismo contra as meninas. Com frequência, elas eram chamadas pelos estupradores de “putas brancas” e “vagabundas brancas”. “Acredito que é o maior crime de ódio racial da Grã-Bretanha moderna”, disse o repórter.

O próprio expediente do identitarismo de vetar que uma raça seja vítima de racismo, uma manobra semântica desonesta, é algo racista em si mesmo: trata esta raça como menos digna de prioridade moral, logo, inferior. Como diz o dicionário, que ainda não foi totalmente tomado pela ideologia, racismo é a “teoria que defende a superioridade de um grupo sobre outros, baseada num conceito de raça”. Se umas raças são “mais iguais que as outras” na hora de serem defendidas de racismo, esse tratamento desigual é racista.

Sei do caso das gangues britânico-paquistanesas de aliciamento de meninas brancas, com o método de um dos homens se fazer de namorado da vítima, desde que li o livro Easy Meat (“Carne fácil”), de Peter McLoughlin, publicado em 2016.

Em sua conclusão, McLoughlin escreveu que o Parlamento Britânico reconheceu em 2013 que existem casos de “aliciamento localizado” e que “as evidências disponíveis sugerem que os muçulmanos estão desproporcionalmente representados, por ampla margem, entre os perpetradores do crime”. O autor data o conhecimento das autoridades dos casos em 1995, começando em Bradford, e que as primeiras denúncias foram enterradas por uma década. “Milhares de meninas perderam suas infâncias, milhares de famílias sofreram e as gangues de aliciamento provavelmente ganharam centenas de milhões de libras esterlinas em lucros”, escreveu.

Uma estratégia dos que ainda querem abafar os casos, ou tratar tudo como histeria da “extrema direita”, tem sido selecionar o enquadramento dos dados para ignorar o caso específico da estratégia de aliciamento e expandir para os casos gerais de estupros de menores no país, em que a maioria dos abusadores reflete a maioria do país em suas características étnicas e religiosas.

Mas quando o problema específico das gangues de aliciamento é selecionado, a coisa muda bastante de figura. No levantamento feito em 2018 pela cientista criminal Ella Cockbain (afiliada ao University College London), os homens de ascendência paquistanesa, que são 1% do país, eram 80% dos estupradores.

O problema não está só nas ilhas britânicas. Outro levantamento, com base no Departamento Federal de Polícia Criminal da Alemanha (BKA) e Instituto Federal de Estatística do mesmo país (Destatis), apontou que na Alemanha, imigrantes de origem afegã e africana têm 40 a 70 vezes mais chances de se envolverem em estupros coletivos do que os cidadãos de ascendência alemã.

Como diz o título do próximo livro do acadêmico canadense de origem libanesa judaica Gad Saad, importar comportamentos inaceitáveis para a própria sociedade e silenciar quem os denuncia é um exemplo de “Empatia Suicida”.

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Eli Vieira

Eli Vieira

Respostas de 3

  1. É terrível ver uma nação ao dita civilizada como a Inglaterra fechar os olhos para agressões às suas próprias crianças. Em nome do “politicamente correto”, o mundo tem deixado a barbarie tomar conta. Não se pode negociar com a crueldade explícita. Ela precisa ser enfrentada com honra e coragem. Todo o resto é bobagem!

  2. A menos que esses políticos que dão suporte legal às gangues de sociopatas e assassinos seriais paquistaneses e muçulmanos compartilhem de algum elo mental comum, a única explicação desse apoio hediondo é o suporte financeiro que estariam recebendo. Alguém está financiando Justin Trudeau e esses políticos europeus a darem suporte legal “moral” e sufocar qualquer revolta moralista contra essa cultura do estupro que vem do oriente-médio.
    Alguém está pagando para implantarem a pedofilia muçulmana na Europa. Irã?

  3. No Brasil acusam os outros de cultura do estupro, mas colocam lenços no pescoço que vêm de cultura que pratica o estupro e a pedofilia.

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