O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta segunda-feira (3) um decreto para a criação de um fundo soberano que pode ser utilizado na aquisição do TikTok. Com essa medida, o governo norte-americano teria permissão para investir diretamente em ativos financeiros da empresa, adquirindo assim, controle acionário direto caso a compra fosse realizada por meio do fundo.

O objetivo seria evitar o banimento da plataforma e, ao mesmo tempo, garantir lucro ao governo com os dividendos e a valorização das ações. As informações são da Associated Press.

A decisão ocorre no contexto das restrições impostas ao TikTok nos EUA. Durante o governo de Joe Biden, foi sancionada uma lei que obrigava a controladora chinesa ByteDance a vender a rede social para uma empresa norte-americana, sob a justificativa de riscos à segurança nacional devido à coleta de dados dos usuários. Caso a venda não fosse concretizada, a plataforma seria banida do país. O prazo inicial para a saída do TikTok do mercado dos EUA era 19 de janeiro, mas a rede social voltou ao ar pouco tempo depois.

No primeiro dia de seu novo mandato, Trump estendeu o prazo para a venda do TikTok até abril, determinando que, caso nenhuma empresa privada atendesse às exigências de segurança nacional, o fundo soberano criado pelo decreto poderia ser utilizado para adquirir a plataforma. Além disso, Trump sinalizou que a compra poderia ser feita por meio de uma joint venture, que é uma parceria entre empresas privadas, desde que garantisse pelo menos 50% de participação nos negócios do TikTok.

“Podemos colocar isso no fundo soberano, ou fazer uma parceria com pessoas muito ricas, temos muitas opções”, declarou Trump.

O decreto delega ao secretário do Tesouro, Scott Bessent, e ao secretário do Comércio, Howard Lutnick, a responsabilidade de estruturar o fundo e definir os critérios para uma possível aquisição.

Apesar da possibilidade de estatização, o governo ainda demonstra interesse em negociar com investidores do setor privado. Entre os nomes mencionados como possíveis compradores, Trump citou o bilionário Elon Musk, dono da Tesla e da SpaceX, e Larry Ellison, cofundador da Oracle, ambos alinhados ideologicamente ao seu governo.