Os institutos Paraná Pesquisa e Veritá divulgaram hoje duas pesquisas com cenários bem diferentes sobre as eleições em São Paulo. Enquanto Ricardo Nunes lidera com 28% na primeira, Pablo Marçal dispara na frente com 34,6% na segunda. As duas pesquisas foram realizadas praticamente no mesmo período, mas uma foi feita com entrevistas presenciais e a outra por ligação telefônica automática. Se a diferença de metodologia for suficiente para explicar resultados tão díspares, só o resultado das urnas no dia 6 será capaz de indicar aquela que mais se aproxima da realidade — a outra precisará ser descartada.
Já não é de hoje que nos deparamos com tal cenário. Dias atrás, chamei atenção para a metodologia da AtlasIntel, que capta o sentimento de voto nas redes sociais. O resultado apresentado para a eleição em Belo Horizonte divergiu completamente das pesquisas feitas pelo Datafolha e pela Quaest, com metodologias distintas. Os exemplos se multiplicam pelo país. Em 2022, vivemos cenário semelhante, o que levou alguns parlamentares a sugerirem até uma CPI dos institutos de pesquisas, mas iniciativa foi para a gaveta.
Já passou da hora de o legislador se debruçar sobre o tema e sugerir uma regulação do setor. Se o TSE quer mesmo combater a desinformação, deveria também colocar uma lupa nessa questão. Não se pode permitir a manipulação do eleitor com pesquisas enviesadas, muitas vezes feitas sob encomenda para partidos, grupos de mídia e empresas. Esses resultados são disseminados de forma massiva em veículos de comunicação profissionais, que emprestam sua credibilidade. Também são usados pelas campanhas na propaganda eleitoral.
O efeito é bem pior do que das fake news que circulam no WhatsApp!
Abaixo, os cenários da Paraná Pesquisas e da Veritá, na estimulada e na espontânea: