A definição dos candidatos ao Senado pelo PL no Rio de Janeiro já gera tensões internas, antecipando debates para as eleições de 2026. Cada estado elegerá dois senadores, mas no Rio, três nomes disputam espaço: Flávio Bolsonaro, Carlos Portinho e o governador Cláudio Castro, todos filiados ao partido.

Castro tem manifestado interesse crescente em concorrer ao Senado, pressionando Portinho, que reivindica prioridade por ocupar atualmente o cargo e ser líder do PL na Casa. Já Flávio Bolsonaro, com forte apoio eleitoral, é apontado como nome garantido para reeleição, o que deixa pouco espaço para acordos.

Carlos Portinho, que assumiu como senador em 2020 após a morte de Arolde de Oliveira, argumenta que sua posição atual e trajetória no partido lhe dão a prerrogativa de concorrer. “Eu estou no cargo, sou líder do PL no Senado há quatro anos e fui líder do governo Bolsonaro. Isso me dá legitimidade”, afirmou.

O senador criticou o debate antecipado e alertou que a falta de consenso pode prejudicar o desempenho do PL em 2026. “Estamos invertendo as prioridades. Primeiro devemos decidir o nome para governador. Sem essa definição, corremos o risco de repetir o erro das eleições municipais, quando a falta de unidade resultou em derrota”, disse.

Na eleição para prefeito em 2024, Eduardo Paes (PSD) foi reeleito em primeiro turno com 60,47% dos votos, enquanto o candidato do PL, Alexandre Ramagem, ficou em segundo com 30,81%. Portinho teme que a divisão interna leve a um desfecho similar.

Cláudio Castro, por sua vez, reforça sua intenção de disputar o Senado, mesmo diante da resistência de Portinho. A decisão final, no entanto, exigirá negociações no PL, que busca evitar um racha interno em meio ao fortalecimento da oposição.

Com a indefinição no Rio de Janeiro, o PL enfrenta um teste de articulação que pode influenciar não apenas a composição do Senado, mas também sua força política nas eleições de 2026.