Os Correios aumentaram os gastos com patrocínios culturais em 2024, totalizando R$ 34 milhões, enquanto enfrentam um déficit de R$ 2 bilhões entre janeiro e setembro. A média anual de investimentos de 2019 a 2022 foi de R$ 430 mil.
Um dos eventos patrocinados foi a 36ª Feira Internacional do Livro, em Bogotá, que recebeu R$ 600 mil. O festival contou com discurso do presidente Lula e homenageou o Brasil. A estatal defendeu o investimento como forma de “ampliar o alcance e a visibilidade da marca”.
Juliana Picoli Agatte, diretora ligada ao PT, chegou a representar os Correios e palestrou sobre sustentabilidade. A Bienal do Livro de São Paulo também recebeu R$ 400 mil.
Apesar do patrocínio internacional, os Correios não operam na Colômbia. A estatal argumenta que as contrapartidas justificam os valores.
Em crise, os Correios enfrentam risco de insolvência e responsabilizam o déficit à gestão anterior e à “taxa das blusinhas”, medida do ministro Fernando Haddad. Outras decisões, como a desistência de uma ação bilionária e o pagamento de R$ 7,6 bilhões ao Postalis, agravam a situação.
O balanço de 2019 a 2022, durante o governo Bolsonaro, foi positivo em R$ 3,7 bilhões. Mesmo assim, a gestão tentou privatizar a estatal. No terceiro mandato, Lula retirou os Correios da lista de privatizações.
Fabiano Silva dos Santos, advogado indicado por aliados de Lula, lidera a estatal. Diante da crise, a empresa fixou teto de gastos de R$ 21,96 bilhões para 2024.