O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), afirmou nesta quarta-feira (11) que confia na Justiça e negou qualquer prática de crime eleitoral após ser declarado inelegível por oito anos pelo Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO). A decisão, assinada pela juíza Maria Umbelina Zorzetti, aponta abuso de poder político em eventos realizados no Palácio das Esmeraldas durante as eleições municipais.
“Jamais pratiquei um ilícito moral ou eleitoral. Respeito a decisão da Justiça, mas essa matéria será revisada em instâncias superiores. Meus advogados já apresentaram recurso”, declarou Caiado. O governador argumentou que o Palácio das Esmeraldas é sua residência oficial e que eventos políticos e decisões ocorrem regularmente no local.
Em sua defesa, Caiado comparou a situação a práticas semelhantes em outros governos. “Tanto Bolsonaro quanto Dilma, Lula e outros governadores realizaram reuniões nas residências oficiais. Eu mesmo estive no Palácio da Alvorada, em 2022, para declarar apoio ao presidente Bolsonaro no segundo turno”, disse ele, mencionando eventos de campanha no local. “Não pode haver dois pesos e duas medidas.”
A decisão do TRE-GO também determinou a inelegibilidade do prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil), e da vice-prefeita eleita, Cláudia da Silva Lira (Avante). Ambos tiveram os registros de candidatura cassados sob a acusação de serem favorecidos por eventos realizados no Palácio das Esmeraldas, incluindo jantares com lideranças políticas logo após o primeiro turno das eleições.
Segundo a sentença, os encontros configuraram abuso de poder político, com uso de bens públicos e serviços do governo para favorecer candidatos da base aliada. Caiado e os demais envolvidos aguardam análise dos recursos em instâncias superiores.
Veja parte da decisão:
