O Banco Central (BC) apontou que a alta do dólar e a percepção negativa sobre o pacote fiscal influenciaram a decisão de elevar a taxa Selic, conforme ata do Copom (Comitê de Política Monetária) divulgada nesta terça-feira (17). A piora dos ativos financeiros exigiu uma política monetária mais “contracionista”.
Na última quarta-feira (11), o BC aumentou a Selic em 1 ponto percentual, de 11,25% para 12,25% ao ano, e indicou novas elevações de 1 ponto percentual nas próximas duas reuniões. Se confirmadas, a Selic chegará a 14,25%.
O BC destacou que o cenário econômico, antes incerto, tornou-se “mais adverso”. Segundo a autoridade, o pacote fiscal afetou “de forma relevante” os preços dos ativos, a inflação e as expectativas futuras, levando a uma “desancoragem” nas projeções. “A desancoragem das expectativas de inflação deve ser combatida”, afirmou o documento.
O BC apontou que o dólar teve “forte alteração” recentemente, pressionando a inflação, especialmente com a demanda aquecida. A alta do câmbio afeta diretamente os preços de alimentos e bens industrializados.
“A elevação recente do câmbio pressiona preços e margens, sugerindo um maior aumento nos próximos meses”, destacou o BC, que reforçou a preocupação com a inflação de serviços, ainda acima do nível compatível com a meta de 3%, com tolerância até 4,5%.