Após o dólar alcançar a maior cotação desde o Plano Real, o Banco Central (BC) realizou, na manhã desta quinta-feira (19), um leilão à vista de US$ 3 bilhões no mercado cambial. Seis propostas foram aceitas entre 9h15 e 9h20, com montantes que variavam de US$ 1 bilhão a US$ 3 bilhões.
A medida ocorre em meio à valorização contínua da moeda norte-americana, que já acumula alta de 4,5% em dezembro. Desde o início do mês, o dólar saltou de R$ 6,0005 para R$ 6,30, com recorde registrada na quarta-feira (18). (VEJA ABAIXO A IMAGEM)
Nos últimos dias, o BC intensificou as intervenções no câmbio. Entre 12 e 18 de dezembro, a autarquia injetou US$ 12,7 bilhões em sete leilões, marcando a maior atuação mensal desde março de 2020, durante a pandemia.
Os leilões à vista, como o realizado hoje, diferem das operações de linha porque não incluem compromisso de recompra dos ativos, o que impacta diretamente as reservas internacionais do Brasil.
As reservas internacionais do país somavam US$ 363 bilhões em novembro, mas os recentes leilões devem reduzir esse montante para menos de US$ 350 bilhões, menor nível desde novembro de 2022, quando totalizavam US$ 348,4 bilhões.
Mesmo com as intervenções do BC, o dólar segue em alta, refletindo incertezas econômicas internas e externas, além de pressões sobre o mercado cambial.