A disputa pela presidência do Senado se intensifica com a candidatura do senador Eduardo Girão (NOVO-CE), que enfrenta Davi Alcolumbre (UB-AP), candidato do centrão e aliado do governo Lula. Durante entrevista no programa diário Alive, apresentado pelo jornalista Claudio Dantas, Girão criticou duramente a atual gestão do Senado e a submissão da Casa ao Judiciário e ao Executivo.
[Por que essa candidatura?] “Porque Davi já deu. Já vimos seu histórico. Ele presidiu o Senado e hoje virou o Elias. Em 2019, enfrentamos Renan Calheiros e vencemos com pressão popular e voto aberto. Agora, Alcolumbre quer transformar o Senado num clube privado, passando o bastão para Rodrigo Pacheco e garantindo sua perpetuação no poder”, afirmou o senador.
Girão destacou que a renovação do Senado é essencial para frear abusos do Judiciário e impedir que o Brasil permaneça refém de uma “ditadura da toga”. Segundo ele, Alcolumbre permitiu a invasão de competências do STF, o que levou a uma crise institucional e insegurança jurídica.
O senador também criticou a omissão do Senado diante da censura e da perseguição política. Ele lembrou o caso de Clézão, que morreu na cadeia sob tutela do Estado, mesmo com pedido de soltura da PGR.
“Estamos vendo presos políticos em pleno século 21, censura escancarada e uma inversão de valores absurda. Precisamos resgatar o respeito à democracia e restaurar o papel constitucional do Senado”, afirmou.
A luta pelo voto aberto
Eduardo Girão também reforçou a necessidade de transparência na escolha do próximo presidente do Senado e fez um apelo pelo voto aberto. Ele acredita que uma mobilização nacional pode reverter o favoritismo de Alcolumbre.
“Não é pedir muito saber como o senador vota. Quem apoiar Alcolumbre no voto aberto terá dificuldades para se reeleger. A sociedade precisa saber quem está comprometido com a democracia e quem está vendendo o Senado ao sistema”, ressaltou.
Girgão também fez críticas às estratégias da direita nos últimos anos e apontou erros na condução da oposição. No entanto, reconheceu a importância do legado de Jair Bolsonaro, especialmente no engajamento político da população.
“O grande mérito do presidente Bolsonaro foi despertar nos brasileiros o interesse pela política. Hoje, temos um governo desastroso de Lula, e precisamos resistir. O Senado deve voltar a se dar ao respeito e barrar esse desmonte institucional”, concluiu.
As eleições para a presidência do Senado e da Câmara ocorrem neste sábado (1º). Girão aposta na pressão popular para levar a disputa ao segundo turno e quebrar o favoritismo do candidato governista.