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Algo nos dentes ou na face do seu filho não está “bonito’? Não chame a atenção dele para isso!

A primeira consulta com o Ortodontista vem sempre recheada de dúvidas: meu filho vai precisar usar aparelho? Por que os dentes permanentes estão nascendo tão tortos? Será que vai ter espaço para os dentes permanentes? Já posso corrigir esses dentes que estão todos mesmo quando ainda temos dentes de leite misturado com dentes permanentes?

Na primeira consulta, fazemos uma avaliação criteriosa dos dentes, da face, da fonação, de hábitos etc… E então, se necessário, pedimos exames. De posse dos exames, quando há algum problema ósseo ou na posição dos dentes, relatamos isso de maneira muito detalhada para os pais: o que está ruim, o que não está crescendo bem, os dentes que estão tortos, os que estão inclinados..

O que percebi ao longo desses anos é que nesse momento, falamos todos os “defeitos”, tudo que não está bonito, tudo que precisa ser melhorado. E se a criança ainda não se incomodou com esses aspectos, posso estar chamando sua atenção negativamente para esses pontos. É como se alguém estivesse listando pra você tudo que não está bom.

Então resolvi escrever essa coluna, depois de escrever uma sobre bullying, pra fazer um “alerta”. Se a criança não se incomodou esteticamente com os dentes ou com a face, por favor, que não sejamos nós (dentistas e pais) os que deveríamos levá-los a ter uma observação negativa sobre esses aspectos.

Sempre digo aos pais: se os dentes estão vindo tortos mas se seu filho não se queixa esteticamente disso, não fique falando sobre esse problema para ele. Deixe por conta do Ortodontista para te dizer se essa é a hora de tratar ou não.

Às vezes o bullying começa em casa, sem a MENOR intenção. Em todas as consultas o ideal é pedirmos que a criança nos aguarde na recepção, na brinquedoteca, enquanto falamos com os pais sobre tudo que não está legal e que precisa ser tratado.

Se a criança despertar para o problema e se incomodar esteticamente com os dentes, ao ponto de estar interferindo em sua socialização, auto estima e auto confiança, devemos ouvi-la sem minimizar sua insatisfação e descrever o que podemos fazer para melhorar o problema que a incomoda.

Que a queixa estética seja dela, não nossa ou dos pais. Dentes tortos, desalinhados durante a fase de troca da dentição é comum! Mas não deve ser um fator que possibilite a baixa auto estima. É importante ouvirmos com carinho e atenção as queixas das crianças, entendermos o que de fato as incomoda e como isso está impactando na sua auto estima e avaliarmos e decidirmos junto aos pais sobre as possibilidades de correção.

Pequenas atitudes fortalecem as crianças, permitindo que cresçam confiantes e seguras!

Fonte: Folha Vitória

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Redação

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