O advogado José Luís de Oliveira Lima, que assumiu a defesa do general Walter Braga Netto, negou qualquer possibilidade de seu cliente aceitar um acordo de delação premiada. Em entrevista ao O Globo nesta quarta-feira (18), Lima afirmou que “não existe a menor possibilidade de delação” e destacou que provará a inocência do ex-ministro.
Braga Netto foi preso com base em decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sob a acusação de obstruir investigações sobre um suposto plano de golpe de Estado.
A defesa anunciou que entrará com uma petição para que Braga Netto seja ouvido pela Polícia Federal (PF) o quanto antes. Após o depoimento, pretende solicitar a revogação da prisão preventiva, argumentando não haver justificativa para manter o general detido.
Braga Netto trocou de advogado quatro dias após a prisão e a transferência para a Vila Militar, no Rio de Janeiro. A substituição foi uma decisão da família, que confiou a defesa a Lima, advogado experiente em casos no STF e que já representou figuras como o ex-ministro José Dirceu e o ex-presidente da Caixa, Pedro Guimarães.
As acusações incluem depoimentos do tenente-coronel Mauro Cid, que afirmou que Braga Netto teria distribuído dinheiro em espécie a militares das Forças Especiais para financiar supostos planos golpistas após a derrota eleitoral de Jair Bolsonaro para Luiz Inácio Lula da Silva.
A PF também relatou uma reunião em 12 de novembro de 2022, supostamente na casa do general, onde teriam sido discutidos ataques contra Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.
A defesa buscará comprovar a inocência de Braga Netto e contestar as acusações apresentadas pela PF e pelo Ministério Público. “Respeitamos o Judiciário e o STF, mas não há fundamentos para mantê-lo preso”, afirmou Lima.