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Lula acelera reforma ministerial para garantir apoio no Congresso

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) intensificou as negociações para uma reforma ministerial, buscando consolidar apoios no Congresso. Entre as principais mudanças cogitadas, está a nomeação de Alexandre Padilha (Relações Institucionais) para o Ministério da Saúde, substituindo Nísia Trindade. Já o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pode assumir o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, atualmente comandado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin.

A reestruturação da Esplanada dos Ministérios ocorre em meio à pressão do Congresso para definir o Orçamento de 2025. Parlamentares exigem clareza sobre a distribuição de cargos antes de aprovar os recursos para cada pasta. Sem essa definição, o governo pode gastar apenas 1/12 do orçamento mensalmente até que a lei orçamentária seja sancionada.

Padilha, que já comandou o Ministério da Saúde entre 2011 e 2014, é uma escolha estratégica do PT para manter influência sobre uma das pastas mais robustas do governo. Embora Nísia Trindade não seja filiada ao partido, todas as secretarias do ministério são ocupadas por petistas.

Caso Padilha migre para a Saúde, sua vaga na articulação política pode ser preenchida por nomes como José Guimarães (PT-CE), Jaques Wagner (PT-BA) ou até por aliados do Centrão, como Isnaldo Bulhões (MDB-AL) e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

O governo também avalia manter Padilha na articulação, pois ele tem boa relação com os novos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). No entanto, enfrenta resistência de Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara, que rompeu com o ministro.

A possível ida de Rodrigo Pacheco para o Ministério da Indústria tem um viés eleitoral. Lula quer projetá-lo como candidato ao governo de Minas Gerais, estado com o segundo maior colégio eleitoral do país. Além disso, o petista busca se aproximar da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), tradicionalmente alinhada à direita e ao governador Romeu Zema (Novo).

Pacheco deve tirar férias nos próximos dias e viajar para os Estados Unidos antes de definir seu futuro político.

Arthur Lira também tem seu nome ventilado para um ministério, podendo assumir a Agricultura no lugar de Carlos Fávaro (PSD). No entanto, ele evita se comprometer publicamente e avalia se a adesão ao governo pode impactar suas chances de disputar o Senado em 2026. O deputado já declarou que o PP, seu partido, ainda não definiu quem apoiará na próxima eleição presidencial.

Há uma divisão interna no PP. Enquanto parte da legenda quer mais espaço na Esplanada, o presidente do partido, Ciro Nogueira (PI), ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL), se mantém como um dos principais críticos do governo petista.

Gleisi Hoffmann é uma opção

Outra mudança praticamente certa é a ida da deputada e presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), para a Secretaria-Geral da Presidência, substituindo Márcio Macêdo (PT), que deve ser transferido para o comando do Ibama. Com isso, Gleisi deixaria a presidência do PT antes do previsto. José Guimarães poderia assumir o comando do partido temporariamente até as eleições internas, marcadas para julho. Caso ele vá para um ministério, o senador Humberto Costa (PT-PE) pode assumir o cargo.

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Redação

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