Uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) identificou suspeitas de sobrepreço e irregularidades em repasses de R$ 3 milhões destinados ao Instituto de Gestão em Desenvolvimento Social e Urbano (Inorte), financiados por emendas dos senadores Randolfe Rodrigues (PT-AP) e Davi Alcolumbre (União-AP).
Os recursos foram enviados às prefeituras de Mazagão, Santana e Oiapoque, além do governo do Amapá, que direcionaram os valores para o Inorte. A ONG foi contratada para eventos públicos, mas, segundo a CGU, não possuía capacidade técnica para cumprir as demandas e terceirizou serviços para empresas ligadas aos seus diretores.
A CGU apontou um sobrepreço de 194% em serviços contratados para Mazagão e Oiapoque, ambos financiados com R$ 850 mil de emendas de Randolfe Rodrigues. Os valores foram destinados à Festa de São Tiago, em Mazagão, e ao aniversário de Oiapoque.
No caso de Santana, o Inorte recebeu R$ 2,2 milhões em emendas de Alcolumbre, sendo R$ 1 milhão para o festival de verão e R$ 1,2 milhão para o evento “Viva Santana 2023”. A CGU destacou que não houve chamamento público para escolha da ONG, e que empresas subcontratadas tinham vínculos diretos com os diretores do instituto.
À Folha de S. Paulo, o Iafirmou que os desafios logísticos da região amazônica impactam os custos e que todas as metas estabelecidas foram cumpridas. Argumentou que a contratação de pessoas ligadas à diretoria foi necessária para atender demandas operacionais.
Davi Alcolumbre declarou que as emendas foram destinadas a governos e prefeituras, que são responsáveis pela prestação de contas. Randolfe Rodrigues afirmou não ter relação com o Inorte e destacou que a CGU apontou irregularidades na gestão local, e não em seu gabinete.