O senador e ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) afirmou que, embora tenham ocorrido reuniões entre militares em 2022 para discutir um suposto golpe de Estado, elas não resultaram em ações concretas.
“Foi uma conspiração bem tabajara, conversas de WhatsApp. Em tese, houve reuniões, mas não levaram a nenhuma ação. Na linguagem militar, definimos como ‘ações táticas’ tudo aquilo que envolve movimento. Não houve nada disso. Houve pensamento, não passou disso”, declarou Mourão em entrevista ao Globo, antes da prisão do general Walter Braga Netto no último sábado (16).
Segundo Mourão, a articulação não configurou tentativa real de golpe. “Golpe não funciona assim. É como os que aconteceram na Síria, na Venezuela e na Turquia: é tropa na rua, é tiro, é bomba”, explicou.
O senador também elogiou a postura do Exército, que, de acordo com ele, resistiu aos apelos para participar do suposto golpe. Mourão destacou a atuação do ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes. “Ele tomou a atitude correta, não há o que contestar nisso. Para que houvesse um golpe, o apoio das Forças Armadas seria essencial”, afirmou.
Segundo as investigações da Polícia Federal, o plano fracassou justamente por falta de apoio do Alto Comando do Exército e da Aeronáutica. Mourão defendeu que as Forças Armadas mantiveram sua posição de neutralidade institucional: “Houve uma derrota eleitoral e tem que ser encarada dessa forma. As Forças Armadas, como instituição de Estado que não pertence ao governo A ou B, permaneceram à margem disso”.
Uma resposta