Se depender dos técnicos do Ibama, a Petrobras não poderá explorar a reserva do pré-sal na margem equatorial. Um parecer obtido pela Folha indica que o plano de proteção e atendimento à fauna apresentado pela companhia não passou no crivo dos ambientalistas, que recomendaram o arquivamento do processo e encerramento das discussões sobre o caso. Por sorte, isso não ocorreu. Presidente do órgão, Rodrigo Agostinho avaliou que houve avanços nas tratativas e decidiu manter o processo ativo, pedindo mais informações à estatal.
Para o jornalão, “trata-se de uma decisão pouco comum no órgão, por contrariar a opinião unânime de mais de duas dezenas de analistas ambientais”. Segundo esses, “não foi apresentada alternativa viável que mitigue, satisfatoriamente, a perda de biodiversidade, no caso de um acidente com vazamento de óleo”. Para mim, pouco comum é uma “opinião unânime de mais de duas dezenas de analistas ambientais”.
Como dizia Nelson Rodrigues, “toda unanimidade é burra” e “quem pensa com a unanimidade não precisa pensar”. Burro também é quem toma decisões com base em hipóteses pouco prováveis e que ignoram o histórico de operação profissional da Petrobras, que detém a tecnologia mais moderna do mundo para exploração em águas profundas.
Burro também é quem ignora o potencial econômico trilionário da exploração do petróleo na Foz do Amazonas, onde a Guiana já trabalha há quase uma década sem registros de acidentes — aliás, um acidente por lá também afetará o Brasil e sem a presença da Petrobras e do Estado brasileiro, só nos restará chorar o petróleo derramado pelo vizinho e o não explorado por nós.
Afinal, será apenas uma grande coincidência o vazamento desse parecer técnico do Ibama logo após a denúncia feita no meu talkshow pelo senador Lucas Barreto (PSD/AP) sobre a tentativa de se criar uma “unidade de conservação” na costa brasileira, do Amapá ao Piauí, justamente para proibir a exploração de seus recursos naturais?
Como bem me disse Aldo Rebelo, no Tudo é Política da última sexta-feira, o Brasil há tempos vem sendo sabotado por forças internacionais que, sob diferentes argumentos, travam seu potencial econômico — o maior do planeta. Para ele, impedir a prospecção para fins de exploração, considerando a necessidade de desenvolvimento da região e de sua população, é o verdadeiro crime.
“A região mais rica do planeta é a Amazônia, a maior fronteira mineral do mundo é a Amazônia, a maior biodiversidade do mundo está na Amazônia, a maior reserva de água doce do mundo está na Amazônia, a maior fronteira agropecuária do mundo é a Amazônia. E onde está a população mais pobre do Brasil? O maior índice de mortalidade, de analfabetismo? Na Amazônia!”, afirma o ex-ministro.
Burrice mesmo é achar que a agenda ambiental brasileira é conduzida por gente inocente. Espero que o presidente do Ibama seja mais inteligente e tenha mais amor ao país do que seus técnicos.